O acúmulo de toxinas traz uma série de problemas para a nossa saúde: acelera o processo de envelhecimento, provoca retenção de líquido, dificulta o emagrecimento, favorece as espinhas no rosto, é risco para câncer, entre outros. A dieta detox é justamente uma estratégia alimentar que tem o objetivo de eliminar as toxinas, promover a perda de peso e trazer bem-estar. São dietas de curto prazo, que vão desde jejuns prolongados até a utilização de laxantes, diuréticos, vitaminas, minerais e/ou “alimentos de limpeza”, aqueles mais específicos para desintoxicar o corpo.
Detox, portanto, nada mais é do que oferecer aos órgãos e às células uma oportunidade de descanso e limpeza, para que funcionem plenamente depois que a dieta acabar. Segundo Angela Xavier, farmacêutica especialista em Nutrição, fazer um detox periódico, a cada três meses por exemplo, melhora a atividade mental e a concentração, beneficiando o nosso cérebro.
No entanto, não há comprovação científica da eficácia da dieta detox até o momento. O grande benefício e que ninguém mais questiona está no consumo de alimentos in natura, como frutas e hortaliças, o que muda, consequentemente, o comportamento alimentar das pessoas de maneira positiva, explica a nutricionista Daniela Cierro, que também é vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran).
De acordo com Daniela, frutas e hortaliças são ricas em vitaminas, minerais, fibras e substâncias antioxidantes que, por consequência, vão combater os radicais livres – moléculas que podem ser tóxicas ao nosso organismo. “Por isso, uma alimentação com grande variedade de frutas e hortaliças auxilia no controle do peso e na manutenção da saúde”, reforça.
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Saiba de onde vêm as toxinas
Existem vários agentes que intoxicam o nosso corpo e eles vêm de diversas fontes: ar, água, alimentos. Essas toxinas podem ser metais pesados, agrotóxicos ou aditivos químicos adicionados aos alimentos industrializados. As consequências são diversos problemas de saúde e danos aos órgãos e às glândulas.
“Até mesmo os componentes presentes no ar que respiramos contêm substâncias que intoxicam o organismo. Porém, o nível intoxicação vai depender do teor de poluentes, gorduras, agrotóxicos, conservantes presentes no ar e nos alimentos”, observa Daniela.
Entre os fatores que levam ao aumento de toxinas estão especialmente a alimentação rica em alimentos ultraprocessados, a falta de hidratação adequada, o sedentarismo e o estresse. Além disso – veja que interessante – o próprio metabolismo do organismo gera metabólitos tóxicos, por exemplo, creatinina, ácido úrico, ureia e por aí vai.
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Alguns órgãos do corpo humano, como rins, fígado e pulmões, desempenham a importante função de controlar, neutralizar e eliminar certos compostos tóxicos que entram no organismo ou que são produzidos pelo próprio metabolismo e prejudicam a saúde.
Para você ter uma ideia, o fígado é responsável por 60% da detoxificação do corpo, liberando secreções; e os rins, por 20% da detoxificação, eliminando substâncias nocivas ao organismo. Assim, esses dois órgãos são os principais atores no processo de detox do corpo, por isso a importância de mantê-los saudáveis.
Por fim, vale citar que o sistema gastrointestinal, por sua vez, também desempenha papel fundamental na excreção de substâncias indesejadas. Por isso é tão importante que seu intestino funcione bem.
Sinais de que o corpo está intoxicado
Os sinais são bem variados e dependem da intensidade da intoxicação. Os mais comuns são dor de cabeça, enjoo e diarreia. Em casos mais graves, uma pessoa intoxicada pode ter perda de memória e concentração, fadiga, falta de energia, irritabilidade, ansiedade, apatia, infecções, alergias, edemas e mau funcionamento de órgãos e glândulas, o que já indicaria intoxicação crônica.
Alterações de sono e pressão arterial, suor intenso, retenção ou incontinência da urina e das fezes, lentidão ou dificuldade para realizar movimentos também podem ser alguns sinais. No caso de intoxicação por metais pesados, as pessoas nem sempre apresentam sintomas, o que torna o diagnóstico ainda mais difícil.
Diante de tantas possibilidades, o mais acertado é que o diagnóstico seja feito por um médico especializado ou nutricionista. Para Daniela, isso não quer dizer que você precisa de um detox no conceito atual de dieta, mas sim de mudança nos seus hábitos alimentares, pois talvez eles estejam prejudicando a desintoxicação natural que você mesmo é capaz de produzir. Vale destacar que o autodiagnóstico – você mesmo concluir se está intoxicado ou não – é arriscado e pode levar à interpretação errada do que está acontecendo com seu corpo.
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Conheça os alimentos que desintoxicam
Para Lair Ribeiro, cardiologista e nutrólogo, autor de mais de 40 livros, você precisa comer melhor, de forma nutritiva, para desintoxicar o corpo. O médico traz vários exemplos em seu canal no YouTube, citando a cúrcuma – curcumina ou açafrão da terra – como o mais potente anti-inflamatório natural.
Esse produto tem uma substância que acelera o processo de detoxificação, mesmo que você viva em um ambiente tóxico. “A cúrcuma é o mais potente anti-inflamatório que a natureza fabrica fora do corpo humano. Basta semear um pouco de cúrcuma sobre as refeições diariamente”, declara.
Outro poderoso alimento que tem função detox é o coentro. Ele atua eliminando o mercúrio do organismo. O mercúrio é considerado um metal pesado, por isso sua contaminação pode ocasionar intoxicação ou até mesmo a morte de organismos vivos. Essa contaminação pode ocorrer pelo lançamento do metal pesado em rios, lagos e mares.
“Se você comeu peixe de rio contaminado que tinha garimpo, você corre o risco de se contaminar com mercúrio, porque onde teve garimpo tem mercúrio. Nesse caso, use coentro. É um processo lento, e o uso tem que ser constante para você obter o benefício. Mas é aquele ditado: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, explica Lair Ribeiro em um dos seus vídeos.
Além da cúrcuma e do coentro, os vegetais que fazem parte da família dos crucíferos ou brássicas, como nabo, repolho, couve, couve de Bruxelas, brócolis e couve-flor estão entre os melhores alimentos para detoxificação, processo natural que promove a redução de impactos negativos de toxinas no metabolismo. Esses vegetais contêm glicosinolato, que protege nosso DNA e tem ação anticancerígena.
Esses vegetais devem ser cozidos por pouco tempo para não destruir a enzima responsável pela detoxificação. “O ideal é cozinhar por dois minutos no vapor. A couve, por exemplo, tem que ser refogada rapidamente, não pode ficar cozinhando”, explica Lair Ribeiro.
Ingestão de água e sauna seca ajudam na detoxificação
A hidratação contribui bastante no processo de detoxificação. Como as toxinas são hidrossolúveis – diluem-se em água – é preciso a urina para eliminá-las. Isso quer dizer que quando você está com o corpo hidratado, as toxinas são eliminadas mais facilmente pela urina.
Já a sauna ajuda na detoxificação porque existem produtos tóxicos que são eliminados apenas pelo suor. Você pode fazer uma atividade física em que vai suar, mas também pode ir a uma sauna. Entretanto, a recomendação é a sauna seca, pois a água no Brasil é tratada com cloro, que, quando aquecido, forma gases venenosos que são absorvidos pelo organismo e podem comprometer sua tireoide, por exemplo. Na sauna seca, você faz o detox principalmente de compostos tido como cancerígenos, como bisfenol A e ftalato.
