Você sofre com dores de cabeça que pioram ao se movimentar e elas vêm acompanhadas de sensibilidade à luz, sons e cheiros, enjoos, irritabilidade e até vômitos? Saiba que muitas outras pessoas passam pelo mesmo problema e que não é “apenas uma dor de cabeça”: estamos falando da enxaqueca. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, 30 milhões de brasileiros convivem com esse mal, que é considerado uma das doenças mais incapacitantes do mundo.
Conforme explica a neurologista Dra. Aline Turbino, diversos fatores contribuem para o surgimento da enxaqueca. “Quando há uma predisposição genética para ter enxaqueca combinada a fatores internos – variações hormonais, estresse etc. – e ambientais – iluminação, barulho, alguns tipos de alimentos etc. –, o paciente pode apresentar episódios de dor”.
Ainda de acordo com a médica, 25% a 30% dos pacientes que sofrem de enxaqueca apresentam um quadro chamado de Aura, que consiste em uma série de distúrbios sensoriais com duração de alguns segundos até 60 minutos. Eles podem estar presentes antes, durante ou após a crise e se caracterizam pela presença de formigamento de um lado do corpo, incapacidade de falar com clareza, visualização de faíscas, pontos brilhantes e zigue-zagues.
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Dicas para prevenir as crises de enxaqueca
Aline apresenta três dicas que ajudam a evitar a enxaqueca:
1. Comer a cada 3 horas e meia;
2. Praticar atividade física regularmente;
3. Beber entre 2 e 3 litros de água por dia.
Alimentação e dores de cabeça
Mais de 180 estudos sobre como a alimentação pode impactar na cefaleia foram revisados por pesquisadores da Universidade de Cincinnati. A conclusão foi que existe uma forte associação entre escolhas alimentares e dores de cabeça.
Dr. Lair Ribeiro, médico cardiologista e nutrólogo, faz um alerta para a intolerância ao glúten não diagnosticada, que pode causar dores de cabeça. “Basta retirar esse ingrediente da alimentação por 15 dias, ou seja, não consumir nada que contenha trigo e buscar por produtos sem glúten no supermercado. Se a dor passar, temos a solução do ponto de vista prático – não consuma glúten e não terá os sintomas da enxaqueca”, sugere o especialista.
Muitos médicos e nutricionistas alertam sobre alimentos e compostos que podem engatilhar crises de enxaqueca, como cafeína, álcool, laticínios, embutidos e ultraprocessados, entre outros.
Saúde mental e enxaqueca
Segundo a psicóloga Thaís Peixoto, questões emocionais mais desafiadoras e difíceis de externalizar podem gerar manifestações no corpo, como a enxaqueca. “Atualmente, a compreensão que temos para os fenômenos humanos, sejam físicos, sejam psicológicos, é mais integral. Nós sabemos que as emoções e os sentimentos podem influenciar na saúde física, porque o corpo e a mente estão em constante diálogo”.
A terapeuta ressalta que há diversas técnicas terapêuticas, além dos tratamentos medicamentosos e psicoterapia, que podem funcionar na prevenção e no tratamento das enxaquecas que tenham como causa alguma questão emocional. “Métodos terapêuticos como meditação, técnicas de respiração, massagens, caminhadas, orações, leitura e contato com a natureza, por exemplo, tendem a favorecer a liberação de hormônios e neurotransmissores que relaxam o corpo. O mais importante é que cada pessoa encontre aquilo que faz sentido para si e descubra qual dessas alternativas vai causar essa sensação de bem-estar e relaxamento”, finaliza.
