De acordo com a segunda edição da Pesquisa de Mercado ABIAD sobre hábitos no consumo de suplementos alimentares no Brasil, divulgada em 2021, 59% dos lares brasileiros possuem, pelo menos, uma pessoa consumindo suplementos alimentares. Cerca de 90% dos entrevistados usam o suplemento alimentar como complemento à alimentação e 85% buscam saúde e bem-estar.
Segundo Tatiana Pires, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), “ao longo dos últimos cinco anos, desde a primeira pesquisa sobre os hábitos de consumo de suplementos alimentares no Brasil, houve um amadurecimento no consumo desses produtos, com maior consciência do consumidor e segurança em seu uso”, comenta.
Alimentos funcionais e suplementos alimentares: qual a diferença?
A médica nutróloga da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), Eline de Almeida Soriano, explica que suplementos alimentares e alimentos funcionais seguem a mesma filosofia: ambos auxiliam no equilíbrio do organismo, na manutenção da saúde e na prevenção a doenças. No entanto, existem diferenças entre eles.
Como o nome já diz, os alimentos funcionais são alimentos naturais ou modificados que, além de suas funções nutricionais normais, trazem benefícios à saúde e previnem doenças. Eles também podem vir em forma de cápsulas. Nesse caso, são chamados de nutracêuticos.
São alimentos funcionais:
- Ômega 3 – peixe de águas frias, sementes, óleos vegetais, oleaginosas;
- Beta glucana – fibra encontrada na aveia;
- Proteína de soja;
- Probióticos – lactobacilos;
- Carotenóides – vitamina A;
- Alho, cebola, açaí, entre outros.
Os suplementos alimentares, por sua vez, fornecem nutrientes extras ao organismo, mas não substituem os alimentos convencionais. Eles são indicados para complementar uma alimentação insuficiente ou inadequada, suplementando carências nutricionais.
Não confunda suplemento com nutracêutico. O suplemento é composto por substâncias químicas, como vitaminas e minerais; já os nutracêuticos são compostos por bioativos extraídos de alimentos.
Em geral, os suplementos são comercializados sob a forma de cápsulas, pós, líquidos, granulados e tabletes.
São suplementos alimentares:
- Vitaminas;
- Minerais;
- Proteínas;
- Aminoácidos.
Suplemento e alimentos funcionais não são medicamentos
“Suplementos e alimentos funcionais não são medicamentos, mas contribuem para a manutenção da saúde”, pontua Eline. A nutróloga ressalta que eles nunca substituem os medicamentos quando esses são necessários.
Apesar de não serem medicamentos, a especialista reforça que os alimentos funcionais e principalmente os suplementos alimentares devem ser prescritos por um médico, mais especificamente o médico nutrólogo, ou nutricionista.
Portanto, embora possam ser obtidos livremente em estabelecimentos comerciais sem prescrição, é fundamental a indicação de um profissional especializado na área.
Como agem no organismo
Os alimentos funcionais têm ação anti-inflamatória, anticancerígena e antioxidante. Também estimulam a produção do hormônio estrogênio e estimulam o sistema imunológico. Pesquisas indicam que previnem doenças cardiovasculares e hipertensão arterial, além de preservar a saúde da microbiota intestinal”, enumera a nutróloga.
Já os suplementos alimentares agem completando as necessidades nutricionais naquelas pessoas que não conseguem obter tudo que o precisam apenas pela alimentação habitual. Os motivos podem ser carência na ingestão alimentar, dificuldade de absorção do alimento e até mesmo aumento da necessidade de reposição devido a algum problema de saúde específico.
