Sinais que o corpo dá antes do infarto

Fadiga, falta de ar, desconforto torácico, desmaios, náuseas, suor frio, tonturas, palpitações e sensação de fraqueza. Saber quais são os sinais que o corpo manifesta antes do infarto é fundamental para buscar socorro o mais rápido possível
Sinais que o corpo dá antes do infarto
Sinais que o corpo dá antes do infarto

Infarto mata mais que câncer e acidentes fatais

As doenças que envolvem o coração e a circulação sanguínea são aquelas que mais matam no Brasil e no mundo, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Entre elas, está o infarto do miocárdio, segunda principal ocorrência atrás apenas do acidente vascular cerebral (AVC), o popular derrame.

Estimativas da SBC apontam que somente no País, são quase 400 mil mortes por doenças cardiovasculares por ano, o que corresponde a mais de 1.000 mortes por dia. Isso representa o dobro das mortes causadas por todos os tipos de câncer juntos e mais que o dobro do número de acidentes e episódios de violência fatais. Os números, como você vê, são alarmantes.

Entenda como acontece o infarto

O infarto do miocárdio é a morte das células de uma região do músculo do coração, na maioria das vezes causada por formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa.

De acordo com o médico cardiologista da Santa Casa de São João Del-Rei, Thiago Uchôa de Resende, a principal causa do infarto é a aterosclerose, doença em que placas de gordura se acumulam no interior das artérias coronárias, chegando a obstruí-las. Na maioria dos casos, o infarto ocorre quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à formação do coágulo e interrupção do fluxo sanguíneo, provocando a diminuição da oxigenação das células do músculo do coração.

Segundo o cardiologista, o infarto pode ocorrer em diversas partes do coração, a depender de qual artéria foi obstruída. “Em casos raros, acontece por contração da artéria, interrompendo o fluxo de sangue, ou por desprendimento de um coágulo originado dentro do coração e que se aloja no interior dos vasos”, explica o especialista.

Estresse e obesidade: fatores de risco para o infarto

Mas por que toda essa obstrução acontece? Qual é o motivo? As causas mais comuns para o infarto são:

  • Tabagismo;
  • Colesterol alto – dislipidemia;
  • Pressão alta – hipertensão arterial;
  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Estresse e depressão.

Além disso, pacientes com familiares próximos com histórico de infarto também têm mais risco.

Leia também: Hipertensão: como anda sua pressão arterial?

Sinais que o corpo manifesta antes do infarto

Embora em muitos casos o infarto aconteça de forma súbita, sem nenhum aviso prévio, algumas pessoas podem apresentar sinais e sintomas nos dias anteriores ao infarto, como fadiga, falta de ar, desconforto torácico, desmaios, náuseas, suor frio, tonturas, palpitações e sensação de fraqueza.

O cardiologista pontua que o principal sintoma é dor ou desconforto na região do tórax. Em idosos, pode ser falta de ar. “A dor no abdome, semelhante à dor de uma gastrite ou esofagite de refluxo, ocorre, mas com pouca frequência”, afirma.

Já em diabéticos e idosos, o infarto pode ser assintomático, sem sinais específicos. Por isso, o cardiologista alerta para que se esteja atento a qualquer mal-estar súbito, ou seja, que comece repentinamente.

Sinais de infarto nas mulheres são mais incomuns

De acordo com relatório da Associação Americana de Cardiologia de 2021, a sobrevida depois do infarto é de 8,2 anos para homens e apenas 5,5 anos para mulheres, sinal de que sobrevivem menos tempo.

Apesar de o infarto ser mais frequente em homens a partir dos 55 anos e nas mulheres após 65, o que preocupa os médicos é que, diferentemente dos homens, as mulheres nem sempre percebem os sinais de que algo está errado.

“Os sintomas podem ser diferentes dos habituais, como dores nas costas, cansaço, queimação no estômago e náuseas”, aponta o especialista. Segundo ele, como esses sinais nem sempre são reconhecidos e relacionados ao coração, as mulheres associam o mal-estar a problemas gastrointestinais ou ortopédicos, o que faz com que demorem para procurar socorro médico.

A probabilidade de uma mulher morrer de infarto é 50% maior quando comparada aos homens. Uma das explicações refere-se ao menor calibre das artérias femininas, que são 15% mais estreitas que as masculinas, e o coração bate até 10% mais rápido do que nos homens, o que gera uma maior deterioração.

“As placas de ateromas, que estreitam e dificultam a circulação do sangue, tendem a fechar mais as artérias das mulheres do que nos homens, o que faz com que a obstrução seja mais grave na mulher, tornando-a mais propícia a oclusões arteriais.”

O médico explica que o estrógeno – hormônio sexual da mulher responsável pelo desenvolvimento das características físicas e dos órgãos sexuais femininos – tem função vasodilatadora, evitando o acúmulo do colesterol ruim (LDL) e facilitando o colesterol bom (HDL). No entanto, na menopausa, período em que as mulheres estão mais velhas e mais propensas a males cardiovasculares, o estrógeno apresenta queda progressiva e diminuição desse efeito protetor.

Metade dos infartos pode ser prevenida com mudanças no estilo de vida

A prevenção continua sendo a forma mais eficaz de reverter o cenário das doenças cardiovasculares. Thiago Uchôa afirma que hábitos saudáveis são fundamentais para evitar o entupimento das artérias e, consequentemente, o infarto. Entre eles, estão a prática regular de exercícios físicos, alimentação adequada e não fumar, além do controle adequado dos fatores de risco cardiovascular, muitas vezes silenciosos.

Saiba mais: Como prevenir as doenças do coração

Como agir diante de algum sintoma de infarto

Diante de qualquer sinal que possa indicar infarto, a orientação é chamar o serviço de emergência (SAMU), ligando para o número 192, mantendo a calma e o repouso. Para pacientes com quadro suspeito e sem história de alergia, uma medida que pode reduzir a gravidade é macerar ou mastigar 300mg de ácido acetilsalicílico (AAS), lembrando que essa é uma medida de emergência e não para uso diário sem recomendação médica, conforme orienta o cardiologista.

Clique aqui para assistir a entrevista: “A MAIORIA DAS DOENÇAS PODEM SER TRATADAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA“. 

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