Os ômegas 3 e 6 são ácidos graxos essenciais, gorduras saudáveis e indispensáveis para o bom funcionamento do nosso organismo. São ditas essenciais porque o nosso corpo não as produz, por isso, precisam ser incluídas na dieta e fazer parte da nossa alimentação. No entanto, pouco se fala do ômega 6, por isso resolvemos trazer este assunto pro nosso blog.
No artigo Ômega 3: bom para o cérebro, para o coração e para a visão, explicamos os benefícios do ômega 3 para a sua saúde e de que forma obtê-lo. Neste artigo, você vai descobrir que existe uma diferença funcional entre os ômegas 3 e 6 e que, quando os níveis desses dois ácidos graxos entram em equilíbrio, ocorre um efeito metabólico protetor de suma importância na prevenção de doenças e na promoção da saúde em geral.
“Essas gorduras, resultado de nossa alimentação, irão agir na membrana que envolve as células. Se consumirmos mais gordura do tipo ômega 6, ela será mais predominante nas membranas celulares. O mesmo ocorrerá com o consumo de ômega 3. Como essas gorduras possuem características diferentes, devem estar sempre em equilíbrio”, explica o médico nutrólogo e endocrinologista Durval Ribas Filho.
Ômega 6 é pró-inflamatório
Enquanto o ômega 3 tem propriedades anti-inflamatórias, o ômega 6 é pró-inflamatório. Isso significa dizer que esse ácido graxo ajuda o corpo a reagir para se defender sempre que houver uma ameaça, como uma lesão ou a presença de algum agente agressor.
De acordo com o nutrólogo, a inclusão de ômega 6 em uma dieta equilibrada e saudável pode melhorar a sensibilidade do hormônio insulina, importante fator para o controle dos níveis de açúcar no sangue, evitando o aparecimento da Diabetes.
Ainda segundo o especialista, o ômega 6 também contribui para o fortalecimento do sistema imunológico, melhorando a defesa do corpo, amenizando reações alérgicas e auxiliando nos cuidados de doenças como dermatite, eczema e psoríase.
Fontes de ômega 6
O especialista destaca que é sempre importante manter uma dieta saudável e equilibrada. As principais fontes de ômega 6 são alimentos como nozes, óleos vegetais – azeite, soja, girassol – gérmen de trigo, pistache e sementes de chia e abóbora.
Para o nutrólogo, em geral, a suplementação não chega a ser necessária. “Se consumido em excesso, o ômega 6 intensifica processos inflamatórios, que podem resultar, por exemplo, em hipertensão, aumento das dores – em casos de artrite – e até doenças inflamatórias intestinais”, pontua.
Além disso, o médico explica que o excesso de ômega 6 pode estimular a produção de cortisol – hormônio associado ao comprometimento do sistema imunológico, a elevação do colesterol LDL – o ruim – e a redução do colesterol HDL – o bom.
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Então, como equilibrar ômega 3 e 6?
Normalmente, as dietas ocidentais são mais ricas em produtos industrializados, laticínios, frituras e mais pobres em peixes, frutas, verduras e legumes. Durval explica que essa característica alimentar cria uma relação de, aproximadamente, 20:1, o que significa que consumimos 20 vezes mais ômega 6 do que ômega 3. “Isso gera um grande desequilíbrio, prejudicando a saúde”, alerta.
O ideal, segundo o especialista, seria uma ingestão dessas gorduras na proporção de 1:1. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera saudável a proporção máxima de 5:1. A importância de se manter uma proporção equilibrada entre ômega 6 e ômega 3 é poder obter os benefícios desses dois ácidos graxos em suas propriedades pró e anti-inflamatórias. A ingestão de alimentos ricos em ômega 3 equilibra o ômega 6. Vale destacar sempre que o equilíbrio na alimentação previne doenças e melhora a qualidade de vida.
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Dicas para consumir corretamente
Conheça algumas mudanças que você pode adotar na sua alimentação para equilibrar a ingestão de ômega 3 e 6.
1. Consumir peixes marinhos como sardinha, salmão, atum, arenque e cavala no mínimo 3 vezes por semana;
2. Inserir linhaça no dia a dia;
3. Reduzir o consumo de óleo vegetal – milho, girassol, soja etc – com atenção especial às frituras de forma geral;
4. Aumentar o consumo de alimentos não processados como grãos, frutas, verduras e legumes, reduzindo, de outro lado, a ingestão de industrializados.