Você sabe o que é o estado de pré-diabetes? Infelizmente, apenas 30% dos pacientes diagnosticados com diabetes receberam informações sobre isso. Foi o que a Sociedade Brasileira da Diabetes (SBD) constatou depois de realizar uma pesquisa em parceria com o laboratório Abbott. Conforme explica a SBD, o estado pré-diabético acontece quando os exames de sangue apontam níveis de glicose mais altos do que o normal – dentre esses pacientes, 50% vão desenvolver diabetes.
Além de manter uma rotina de exames preventivos, é possível identificar alguns sinais que o corpo pode dar para quem já está diabético ou pré-diabético, mas ainda não sabe disso. De acordo com o médico Dayan Siebra, o estado de pré-diabetes não costuma apresentar sintomas, mas é um quadro que ainda pode ser revertido.
“Os exames que indicam se a pessoa está ou não pré-diabética são o de curva glicêmica (ou texto de tolerância à glicose), dosagem de glicemia em jejum e hemoglobina glicada. Apesar de normalmente não apresentar sintomas, pessoas pré-diabéticas ou já diabéticas devem ficar atentas a alguns detalhes que podem ter relação com a doença. Após 45 anos, passamos a perder massa muscular e devemos redobrar a atenção, porque a chance de diabetes aumenta. A síndrome do ovário policístico também pode estar ligada ao diabetes”, afirma o doutor.
Conheça 10 possíveis sinais do corpo
O médico alerta para 10 possíveis “sintomas” do diabetes:
1. Manchas escuras nas dobras do corpo, especialmente nas virilhas, axilas e nuca. Cuidado para não confundir com assaduras;
2. Obesidade com barriga grande, pressão alta e aumento de triglicerídeos nos exames de sangue – esses três fatores combinados;
3. Urinar demais, especialmente se a urina estiver muito transparente;
4. Mau hálito constante, que lembra o cheiro de maçãs podres;
5. Candidíase de repetição;
6. Furúnculos aparecendo frequentemente pelo corpo;
7. Cicatrização ruim e demorada de feridas;
8. Infecções recorrentes em cortes;
9. Aparecimento de formigas no banheiro;
10. Sentir sede em excesso.
A nutricionista Lídia Noé complementa com mais alguns possíveis sintomas. “O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM tipo 2) pode causar tontura, fraqueza, visão embaçada, fadiga e hiperglicemia”, pontua.
Entenda a doença: diabetes tipo 1 e tipo 2
Conforme explica o dr. Dayan Siebra, o diabetes tipo 1 é autoimune, porque acontece quando as células do sistema imunológico atacam o pâncreas. O tipo 1 costuma afetar a pessoa desde a infância ou adolescência. Quem sofre com esse tipo de diabetes precisa usar insulina a vida toda, mas não costuma passar pelas complicações típicas do tipo 2. Contudo, o diabetes tipo 1 pode levar à morte se não for tratado.
Já o diabetes tipo 2 surge porque a pessoa mantém a insulina sempre alta, principalmente por comer muito carboidrato e açúcar durante a vida. “A insulina é o hormônio produzido pelo pâncreas para colocar açúcar dentro das células. Quando o pâncreas tem que se esforçar demais por longos períodos, ele passa a produzir menos insulina. Isso pode causar cegueira, amputações, trombose e outros problemas de saúde graves”, elucida.
Diabetes e genética
Ainda segundo o dr. Dayan, “o Diabetes é uma doença que afeta a metabolização do açúcar e pode surgir mesmo que ninguém da família tenha, pois é uma doença epigenética, ou seja, depende pouco de fatores genéticos e muito dos hábitos e estilo de vida”.
Para evitar que a doença apareça ou impedir que ela piore, ele traz 7 dicas:
1. Prefira comer mais durante o dia do que à noite;
2. Evite bebidas fermentadas, como vinho e cerveja, por exemplo;
3. Faça atividade física todos os dias;
4. Evite carboidratos simples e prefira os complexos;
5. Evite sucos de fruta – a melhor opção é comer a fruta inteira em vez de beber o suco;
6. Se estiver obeso, trate a obesidade e mantenha-se dentro do peso saudável;
7. Troque o açúcar comum por adoçantes naturais, como stevia e xilitol.
Alimentação: o que evitar e o que priorizar para prevenir e tratar?
Para Lídia Noé, “a conduta nutricional deve ser individualizada e feita por um nutricionista, que levará em consideração a adequação de nutrientes para cada idade, preferências e hábitos alimentares, estado nutricional atual e outras patologias associadas. Os planos alimentares para o tratamento do diabetes nem sempre são restritos em energia, como no caso de gestantes e lactantes, por exemplo”.
A nutricionista recomenda que as fontes de carboidratos prioritárias sejam as hortaliças, leguminosas, grãos integrais e frutas. Os adoçantes não nutritivos aprovados para consumo pela Food and Drug Administration (FDA) são: sacarina, sucralose, acesulfame K, neotame e aspartame.
Fracione as refeições para se alimentar seis vezes ao dia, dando preferência aos alimentos crus, cozidos no vapor, assados e grelhados.
Gordura e álcool
O consumo de gorduras saturadas, gorduras trans e colesterol deve ser reduzido a fim de minimizar o risco de doenças cardiovasculares.
Já as bebidas alcoólicas devem ser limitadas a uma quantidade moderada (duas doses para homens/dia e 1 dose para mulher). Como as bebidas alcoólicas podem elevar os níveis de glicemia é importante evitá-las por completo.