O tema imunidade está em evidência desde o início da pandemia do novo coronavírus. Mas o que está comprovado sobre o assunto? Sabe-se que o bom funcionamento do sistema imunológico ajuda a combater infecções. Quando um microorganismo, como o novo coronavírus, invade o nosso corpo e nos adoece, o sistema imunológico entra em ação para combatê-lo e nos curar o quanto antes.
Para início de conversa, o que é o sistema imunológico?
A principal função do sistema imunológico é proteger contra agressões externas de bactérias e vírus. O pneumologista e coordenador da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), José Tadeu Colares Monteiro, explica que o sistema imunológico é o sistema de defesa do organismo. Formado por células, principalmente os leucócitos, que são as células brancas do sangue responsáveis pela defesa do organismo, o sistema imunológico é um complexo sistema onde ocorre:
- Produção de anticorpos;
- Formação de substâncias inflamatórias;
- Fabricação de estruturas que servem de defesa para as superfícies do nosso corpo, dos tecidos e das mucosas – mucosa oral, mucosa do trato digestivo, mucosa do trato genital e urinário;
- Diferenciação celular.
O objetivo do sistema imunológico, no fim das contas, é defender o seu organismo das agressões externas de vírus, bactérias e outros agentes infecciosos.
Com o processo de envelhecimento, existe uma redução natural na produção de determinadas células, entre elas, os leucócitos, que são as células de defesa do organismo. Dessa forma, a resposta imune diminui, e o principal resultado é uma exposição maior a infecções e agressões externas. Por isso, os idosos são um grupo de risco para várias doenças, entre elas, a Covid-19.
O médico pneumologista explica que, pelo próprio processo de envelhecimento, os pacientes idosos terão maior comprometimento imunitário. Somado às comorbidades –doença cardíaca, pulmonar e renal –, o risco de agravamento pela Covid-19 é muito maior.
Alimentação saudável pode melhorar a sua imunidade
Na luta contra a pandemia de Covid-19, o fortalecimento do sistema imunológico entra no combate para vencer o inimigo invasor. A alimentação é peça-chave na batalha. “Que teu alimento seja teu remédio e que teu remédio seja teu alimento”. Essa frase foi dita por Hipócrates (460 – 377 a. C.), o “pai da medicina” e reflete o importante papel da nossa alimentação como um dos mais valiosos fatores de promoção de saúde.
A Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) ajuda a compreender a relação entre imunidade e alimentação: para que as diversas células do sistema imunológico funcionem de maneira adequada, é necessário que nutrientes apropriados sejam ingeridos na quantidade e qualidade corretas pelo indivíduo.
Assim, José Tadeu orienta que a alimentação deve ser rica em frutas, verduras, legumes, proteínas, sementes e oleaginosas, que são as castanhas, inclusive com pouco consumo de açúcar e pobre em carboidratos. “Não deve haver consumo excessivo de bebidas alcoólicas e sem uso de cigarro, porque o tabagismo traz apenas malefícios para o nosso corpo”, pontua o médico.
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Suplementação de vitaminas melhora a imunidade?
José Tadeu explica que a suplementação de vitaminasserá importante para manter a integridade do sistema de defesa – o sistema imunológico – quando for necessário complementar uma alimentação insuficiente ou inadequada, suplementando carências nutricionais.
No entanto, a melhor forma de suplementar as vitaminas é de forma natural, por meio de uma alimentação rica e variada. “Essas substâncias, esses alimentos, estão vivos na natureza. É muito fácil ter acesso a eles”, aponta.
O médico alerta que a suplementação de vitaminas artificiais deve ser prescrita por profissionais de saúde, havendo necessidade de reposição de vitamina B, D e A somente se estiverem em falta no organismo. “Tudo em excesso será eliminado, inclusive as vitaminas que são consumidas sem necessidade”, enfatiza.
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Vitamina C deve compor a alimentação
De acordo com o especialista, já foram feitas várias pesquisas na tentativa de comprovar que o consumo de vitamina C acima das taxas normais poderia prevenir ou ajudar na prevenção de resfriados. No entanto, isso não foi comprovado.
“O que nós sabemos é que uma boa hidratação, alimentação balanceada e adequada e as vacinas, inclusive contra Influenza e Covid-19, podem realmente prevenir as infecções”, explica o pneumologista.
Segundo ele, não existem estudos, reconhecidos pelas sociedades médicas e científicas internacionais, comprovando que a vitamina C tenha algum efeito, isoladamente, na prevenção de doenças. Sabe-se apenas que a vitamina C deve compor a alimentação em uma quantidade adequada por meio do consumo de frutas ou sucos.
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Importante papel dos exercícios físicos na imunidade
A prática de exercícios físicos comprovadamente previne doenças. “Nós temos várias pesquisas científicas mostrando que a atividade física regular reforça o sistema imunológico, evita doenças e acaba controlando também as comorbidades, como hipertensão e diabetes”, afirma José Tadeu.
Entre os muitos efeitos positivos da prática de atividades físicas, estão maior resistência a infecções, diminuição de estresse e melhora do sistema cardiorrespiratório e do humor.
