O sol é responsável pela saúde dos ossos e músculos, é importante para a imunidade e pode ser um fator de proteção para alguns tipos de câncer. Com tamanha importância, por que o sol passou a ser considerado um vilão para a nossa saúde?
A chamada heliofobia – medo ou aversão à luz solar – é resultado da exagerada exposição ao sol e sem proteção solar, o que traz consequências prejudiciais para a saúde das pessoas, como queimaduras, insolação, desidratação ou câncer de pele.
Porém, a exposição solar diária, com responsabilidade, produz diversos benefícios comprovados para a saúde das pessoas em todas as faixas etárias, de recém-nascidos a idosos. Muitos estudos já demonstraram que o sol cura doenças. Vem daí o tratamento denominado helioterapia, baseado na ação benéfica dos raios solares em quantidades terapêuticas.
Enquanto alguns problemas de pele, por exemplo, restringem e até proíbem a exposição ao sol, outros pedem a ajuda dos raios-ultravioleta. “Banhar-se ao sol diariamente, no horário e pelo tempo necessário, estimula a produção de vitamina D, substância essencial na formação e fortalecimento dos ossos”, afirma a médica especializada em Geriatria do Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte/MG, Mariana Uchôa Campante.
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Males e doenças que o sol pode tratar
Embora a necessidade do sol na sintetização da vitamina D seja um dos benefícios mais conhecidos, a lista de vantagens comprovadas pela exposição diária aos raios solares vai muito além disso. “Ela previne doenças como câncer, osteoporose, raquitismo, diabetes, doenças autoimunes, problemas cardiovasculares e melhora a imunidade. O sol atua positivamente na qualidade do sono, provoca sensação de bem-estar e reduz os riscos de depressão”, pontua a médica.
Como a exposição solar está diretamente ligada à sintetização de vitamina D, a deficiência desse hormônio – sim, a vitamina D, na verdade, é um hormônio –, compromete o sistema imunológico e a absorção do cálcio nos ossos. Segundo a geriatra, o sol pode auxiliar no tratamento de muitas doenças, como diabetes, doenças inflamatórias intestinais, doenças cardiovasculares e articulares e doenças de pele, como psoríase e dermatites.
Além disso, a luz solar estimula a transformação da melatonina – hormônio produzido durante o sono – em serotonina, uma importante substância química reguladora do humor, que atua no tratamento da depressão e dos distúrbios do sono e proporciona melhora da saúde mental.
Vitamina D previne doenças cardíacas, autoimunes e até câncer
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a vitamina D é essencial em funções ligadas ao metabolismo ósseo e parece também estar relacionada a diversas doenças. Em crianças, a deficiência de vitamina D leva ao retardo do crescimento e ao raquitismo. Em adultos, sua carência favorece a perda de massa óssea e o desenvolvimento de osteoporose – doença degenerativa, crônica e incurável que aumenta o risco de fraturas e prejudica a qualidade de vida do paciente.
Para você ter a dimensão exata da necessidade da vitamina D em nosso organismo, confira algumas de suas principais funções:
- É indispensável para a absorção do cálcio no intestino;
- Contribui para a resposta imunológica;
- Age no estímulo de células ósseas, contribuindo para a formação dos ossos;
- É importante para a força muscular e o equilíbrio.
“A vitamina D atua, inclusive, na prevenção do câncer, principalmente no cólon, mama, próstata e ovários, pois reduz os efeitos da transformação das células. Ela também previne doenças autoimunes, como artrite reumatoide, doença de Crohn e esclerose múltipla, porque ajuda a regular a imunidade”, acrescenta a médica.
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10 a 20 minutos de banho de sol diariamente sem protetor solar
Diferentemente de outras vitaminas, a D é a única que pode ser produzida pelo organismo, por isso é, na verdade, um hormônio. Ela está presente em alguns alimentos, mas sua principal fonte é o sol – totalmente gratuito e responsável por até 90% da vitamina D que o corpo é capaz de sintetizar.
Segundo a SBEM, a vitamina D pode ser obtida a partir de algumas fontes alimentares, entre elas, óleo de fígado de bacalhau e peixes gordurosos, como salmão, atum e cavala. No entanto, os alimentos podem suprir cerca de apenas 20% das necessidades do organismo, pois as fontes alimentares de vitamina D são escassas e incapazes de fornecer as doses diárias recomendadas.
Portanto, o ideal é tomar banho de sol sem filtro solar com o máximo de partes do corpo expostas por, pelo menos, 20 minutos ao dia. E, para que a síntese cutânea de vitamina D aconteça, é necessário que essa exposição ao sol aconteça todos os dias, entre 10h e 14h.
Para saber se os seus níveis de Vitamina D estão adequados, você pode solicitar um exame laboratorial ao seu médico e, juntamente com ele, traçar os objetivos e as metas do seu tratamento.