No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, e o segundo tipo mais comum entre todos os tipos de cânceres que acometem homens e mulheres, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
O câncer de próstata ocorre quando há uma multiplicação desordenada das células da próstata. O resultado é um tumor maligno que pode atacar apenas a glândula, como também se estender no local ou em outras partes do corpo, formando novos tumores – a chamada metástase. Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.
Números elevados assustam
O INCA espera 65.840 novos casos para 2022 no Brasil. Esse valor representa um risco aproximado de 62,95 novos casos a cada 100 mil homens. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata ocupa a primeira posição no ranking de todas as regiões brasileiras. Segundo informações do INCA, o Atlas de Mortalidade por Câncer apontou o número de 15.983 mortes no Brasil em 2019.
A taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento. Ainda assim, de acordo com o INCA, o aumento observado nos números de ocorrência no Brasil pode ser parcialmente explicado pela evolução dos métodos diagnósticos – os exames –, pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação e pelo aumento na expectativa de vida.
Fatores de risco
Entre os principais fatores de risco estão idade, excesso de gordura corporal e influência genética. A idade é um fator de risco importante, já que tanto a ocorrência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos. Em relação aos fatores genéticos, ter pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos de idade pode contribuir para se desenvolver a doença.
Talvez você não saiba, mas se expor a aminas aromáticas, comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio; arsênio, usado como conservante de madeira e agrotóxico; produtos de petróleo; motor de escape de veículo; hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA); e fuligem e dioxinas pode favorecer o aparecimento do câncer de próstata.
Sinais e sintomas
Em fase inicial, o câncer da próstata evolui de forma silenciosa. Muitos não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata. Por isso, o diagnóstico precoce permite resultados mais satisfatórios no tratamento e deve ser buscado com a investigação de sinais e sintomas como:
- Dificuldade de urinar;
- Diminuição do jato de urina;
- Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite;
- Sangue na urina.
Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por um câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico.
Na fase avançada, o câncer de próstata pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.
Tratamento mais indicado para o câncer de próstata
O INCA alerta que a escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um. No entanto, vale destacar quais são os tratamentos mais comuns:
- Para doença localizada, ou seja, que somente atingiu a próstata e não se espalhou para outros órgãos, o tratamento inclui cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante em algumas situações especiais.
- Para doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal costuma ser utilizados.
- Para doença metastática – quando o tumor já se espalhou para outras partes do corpo –, o tratamento mais indicado é a terapia hormonal.
A quimioterapia é indicada em casos de doença metastática de alto volume e quando o paciente tem evolução da doença, apesar de tratamento hormonal.
Como identificar o câncer de próstata
De acordo com o INCA, a descoberta precoce pode ser feita de duas formas:
- Diagnóstico precoce: por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópios ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença;
- Rastreamento: inclui pessoas sem sinais ou sintomas, mas que fazem parte de grupos com maior chance de ter a doença.
No caso do câncer de próstata, esses exames são o toque retal e o exame de sangue para avaliar a dosagem do PSA.
Teste de PSA na farmácia: praticidade e menor preço
O farmacêutico Guilherme Torres, CEO da Ponto Care, explica que o teste de PSA (Antígeno Prostático Específico) é realizado apenas com uma pequena quantidade de sangue, e o resultado, lido em um equipamento específico, sai em apenas 15 minutos. “O teste é rápido, seguro e eficiente”, afirma.
O especialista explica que o teste de PSA detecta uma determinada enzima no sangue, liberada quando existe lesão da parede da célula prostática. Além da identificação da possibilidade de câncer, o teste também ajuda no acompanhamento da progressão da doença. Logo, realizá-lo auxilia – e muito – na identificação precoce do câncer de próstata.
A grande vantagem do teste de PSA em farmácia é a praticidade. “Quase todo mundo visita uma farmácia ou drogaria, inclusive homens acima de 45 anos, que são o grupo de maior risco para câncer de próstata. Logo, torna-se conveniente que esses clientes sejam incentivados a investirem 15 minutos do seu tempo para fazer o teste”, pontua Guilherme.
E tem mais vantagem: o preço. De acordo com o especialista, o valor do teste na farmácia costuma ser mais barato que o exame realizado no laboratório.
Farmácia ajuda a prevenir o câncer de próstata
A farmácia se torna cada vez mais protagonista no atendimento primário em saúde. Segundo Guilherme, estamos caminhando para um futuro em que a farmácia será considerada imprescindível nas políticas de prevenção e acompanhamento em saúde.
“A prevenção de alguns tipos de câncer, como o de próstata, se enquadra perfeitamente nessas políticas. Diferentemente de um posto de saúde, por exemplo, na farmácia o público-alvo já está lá, frequenta, consome. Por isso, torna-se mais prático investir na prevenção”, ilustra Guilherme.
Logo, quanto maior o incentivo para que esse público tenha acesso a um ecossistema de saúde, principalmente preventivo, melhor será o resultado a longo prazo para a saúde de todos.
