Cidades Invisíveis: o que você pode fazer pelo outro?

Há dez anos, Samuel dos Santos tomou para si a missão de desenvolver o projeto Cidades Invisíveis. Registros fotográficos se transformaram em uma empresa social com programas nas áreas da saúde, educação, cultura, lazer e esporte.
Cidades Invisíveis: o que você pode fazer pelo outro? sauderia
Cidades Invisíveis: o que você pode fazer pelo outro? sauderia

Você já pensou em transformar a realidade à sua volta e não soube como fazer isso? Há exatos dez anos, um florianopolitano começou a impactar várias realidades por meio de registros fotográficos, que se transformaram em arte e depois em camisetas. A venda das camisetas converteu-se em ajuda financeira às famílias retratadas e assim nasceu espontaneamente o projeto Cidades Invisíveis.

Natural de Florianópolis e formado em Direito com especialização em Ciências Criminais e mestrado em Inclusão Social, Samuel dos Santos é o idealizador e fundador do projeto Cidades Invisíveis. Ele foi professor de Direito por 15 anos e servidor público da Secretaria da Fazenda do Estado de Santa Catarina durante cinco anos. Paralelamente, em 2012, tomou para si a missão de desenvolver o Cidades Invisíveis.

Samuel dos Santos em visita à reserva indígena no oeste de Santa Catarina, convite do Ministério Público Federal de Santa Catarina

A fotografia na construção da dignidade

“Em 2012, eu já amava muito a fotografia e acreditava no potencial que a imagem tem de forçar o nosso olhar para a invisibilidade. Então, a intenção era que as pessoas vissem o que eu estava enxergando dentro das favelas e periferias, e a partir desse novo olhar também se movessem pela construção da dignidade do outro e saíssem da inércia”, conta o fundador do projeto.

Assim, em 2012, Samuel começou a convidar artistas plásticos para fazerem interpretações de suas fotografias, geralmente fotos em preto e branco. “Com a arte pronta, comecei a criar as primeiras camisetas e, com a venda delas, ajudávamos as famílias que eram retratadas nas estampas. O protejo começou de forma bem espontânea e orgânica, usando a fotografia, a arte e a moda para provocar impacto social”, relata.

De lá para cá, o projeto amadureceu e as ações foram consolidadas. Hoje, o Cidades Invisíveis é uma empresa social com programas nas áreas da saúde, educação, cultura, lazer e esporte. Samuel conta que esses programas sempre tiveram e tem como objetivo oferecer oportunidades e instrumentos para que as pessoas possam crescer com independência e autonomia.

“Basicamente assumir os espaços não ocupados pelo Estado. Na ausência de iniciativas e políticas públicas, as ações do Cidades Invisíveis entram para trazer dignidade e independência para as pessoas”, pontua. Atualmente, Samuel conta com uma equipe interdisciplinar de onze pessoas.

Curso de marcenaria e serralheria

Programa Bonsai

Em 2019, Samuel parou de atuar no Direito em sala de aula e passou a levar seu conhecimento acadêmico por meio das palestras sobre direitos fundamentais que envolvem o projeto Cidades Invisíveis.

“Ao longo dos anos, fomos estudando o que é impacto e empreendedorismo social, Setor 2.5 e Terceiro Setor. Esse amadurecimento permitiu construir cada dia mais ações que realmente levem o empoderamento não apenas para as pessoas como para a comunidade no geral”.

Ao final desse mesmo ano, foi criado o programa Bonsai de empoderamento, que é o fundamento social do Cidades Invisíveis. O programa está presente no Morro da Mariquinha e Monte Cristo, em Florianópolis/SC; Morro do Vidigal, Rio de Janeiro/RJ; e na comunidade do Raso, no sertão da Bahia/BA. “São essas as unidades que estamos tocando e é nisso que estamos focados”, conta o empreendedor social.

A origem do nome Bonsai remete à árvore bonsai, que cresce pouco porque está plantada em um vaso pequeno. A partir do momento em que o vaso é quebrado e a árvore é plantada no chão, ela vai crescer. Segundo Samuel assim também é com a pessoa pobre: a partir do momento em que você gera oportunidade, aquela pessoa vai se desenvolver com mais independência e maximizar todo o seu potencial. “A gente considera que a pessoa pobre é como a árvore bonsai, não tem nada de errado com a semente. A pessoa pobre não é pobre porque quer, a pobreza é uma condição social”, afirma.

Curso de corte e costura, Bonsai, Monte Cristo

Arte, cultura e oportunidades

No sertão da Bahia e em Monte Cristo, o projeto Cidades Invisíveis tem uma escola de corte e costura. No Morro da Mariquinha e no Vidigal, desenvolve atividades de arte, cultura e geração de oportunidades. Existe ainda um segundo programa que é a Kombi, uma unidade móvel cultural. Além disso, patrocina um projeto de Box no Morro da Providência, no Rio de Janeiro/RJ.

A Saúderia Tudo Mais apoia o Cidades Invisíveis e se orgulha de brasileiros como Samuel dos Santos e todos os envolvidos.

Quer conhecer o projeto? Siga @projetocidadesinvisiveis nas redes sociais e conheça melhor o trabalho no site: www.projetocidadesinvisiveis.com.br

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