A gastrite é uma inflamação do estômago e seu revestimento, chamado de mucosa gástrica. Essa alteração pode ser causada por substâncias que irritam a mucosa ou por meio de infecções por vírus e bactérias que provoquem o processo inflamatório.
A alimentação é fundamental para tratar a gastrite. Uma boa dica é ingerir frutas como banana, maçã, laranja lima, goiaba e mamão – frutas que não agridem o estômago, além deconsumir probióticos, as bactérias benéficas para o organismo humano.
Causas, sintomas e diagnóstico da gastrite
A gastroenterologista e hepatologista Samira Florido Almeida explica que a gastrite pode ser de dois tipos: aguda ou crônica.
As principais causas de gastrite aguda são o uso de anti-inflamatórios, bebida alcoólica, tabagismo, café, condimentos e quimioterapia. “Os hábitos alimentares também têm papel relevante no surgimento da gastrite, como o jejum prolongado durante o dia e o excesso na ingestão de gorduras e frituras”, pontua.
Já a gastrite crônica tem como principais causas a bactéria Helicobacter pylori (H. Pylori) e doenças autoimunes.
Os principais sintomas da gastrite são:
- Dor no estômago;
- Queimação;
- Empachamento;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Soluços;
- Azia ou má digestão;
- Perda de apetite.
Existe tratamento e cura para ambos os tipos – tanto para a gastrite aguda como para a crônica, contanto que seja feito o diagnóstico correto. Samira afirma que esse diagnóstico é realizado por meio da Endoscopia Digestiva Alta, um exame bastante utilizado para descobrir a causa de problemas digestivos, como dores abdominais, queimação, refluxo, entre outros. No entanto, a médica destaca que, muitas vezes, a gastrite crônica pode não apresentar sintomas.
Angela Xavier, farmacêutica especialista em Nutrição, aponta a má combinação alimentar como uma das causas e destaca a gastrite medicamentosa, desencadeada pelo uso de medicamentos tóxicos para o estômago, causando inflamação na mucosa. “A presença do medicamento no estômago elava o nível de acidez gástrica”, explica Angela. Esse tipo de gastrite pode ser tratado apenas com a suspensão do uso do medicamento causador da inflamação.
Como prevenir e tratar a gastrite
Inicialmente, a principal orientação médica é melhorar a alimentação. Samira indica algumas mudanças de hábitos alimentares e estilo de vida:
- Manter horários regulares para as refeições principais, sem grandes intervalos;
- Fazer pequenos lanches entre as refeições principais;
- Não consumir grandes volumes de comida em um curto espaço de tempo;
- Mastigar bem os alimentos, pois a digestão começa na boca;
- Preferir alimentos com fácil processo de digestão e frescos.
Além dessas medidas, pode ser necessário utilizar algum tipo de medicamento, mas, nesse caso, você precisa de orientação médica.
Para o médico Dayan Siebra, uma boa forma de tratar a gastrite é incluir alimentos como brócolis, alho e frutas como banana, maçã, laranja lima, goiaba e mamão que não agridem o estomago. A indicação é consumir duas porções, ou seja, duas frutas por dia. Sendo uma no café da manhã e outra no intervalo entre o almoço e o jantar.
Além disso, o médico aconselha ingerir probióticos, como chucrute e kefir, e a biomassa de banana verde, que é um prebiótico – um alimento para o lactobacilo. Tudo isso vai ajudar na recuperação do tecido gastrointestinal e alimentar as bactérias boas.
“A gastrite torna o ambiente ácido e isso pode matar as bactérias boas do intestino. Sem essas bactérias, o tecido não se recupera”, afirma Dayan. Por isso, a importância de consumir bactérias benéficas.
O que você coloca para dentro do seu estômago?
Se você quiser que sua gastrite amenize ou não piore, corte da dieta todos os alimentos processados e industrializados que irritam a mucosa do estômago e os substitua por alimentos saudáveis, como frutas, verduras e legumes.
A gastroenterologista afirma que devem ser evitados:
- Frutas ácidas, como a laranja e o abacaxi;
- Leguminosas como feijão, grão de bico e lentilhas;
- Alimentos industrializados e gordurosos;
- Alimentos irritantes gástricos, como pimenta, café em excesso, condimentos e conserva.
Angela Xavier explica que o consumo de açúcar, álcool, leite e derivados também é prejudicial a quem tem gastrite, assim como o excesso de proteínas, por serem muito acidificantes. “A proteína exige um meio ácido para ser digerida, e o excesso de ácidos provoca esses pontos de inflamação na mucosa do estômago”, acrescenta.
Pratique exercícios e controle o estresse
Dayan Siebra completa a lista do que deve ser evitado em caso de gastrite: o estresse. Segundo o médico, o maior problema do estresse é que ele aumenta a produção do ácido estomacal, provocando as dores da gastrite.
Pessoas que sofrem de ansiedade e possuem altos níveis de estresse no corpo geralmente têm problemas no sistema imunológico e são mais suscetíveis às infecções e inflamações diversas. “Assim, o controle das emoções também é muito importante para quem tem gastrite”, afirma Dayan.
Receitas para alívio da gastrite
Está com azia e queimação? Angela Xavier indica o suco da batata inglesa ou batata doce.Para náuseas e vômitos, a especialista em Nutrição recomenda usar compressa gelada do lado esquerdo, onde está localizado nosso estômago, e passar uma fatia de limão na língua. Além disso, o uso constante da água com o limão pela manhã é super indicado. “O limão é a fruta mais alcalinizante que temos, então é altamente recomendado”, afirma Angela.
Dayan Siebra indica alguns alimentos que aliviam os sintomas da gastrite, como peixe, frango, legumes e verduras refogadas, além do famoso suco verde, que pode ser feito com salsinha e couve, ricas em clorofila e vitamina C.
Ainda de acordo com o médico, o suco de Aloe vera ou babosa também é muito benéfico. Segundo ele, a planta tem efeito cicatrizante, contribuindo para a cura da ferida estomacal – as úlceras – mesmo para quem não tem gastrite. “O suco pode ser comprado pronto e deve ser tomado de 50 a 100 ml em jejum todos os dias”, indica.
Mesmo com todas essas recomendações e receitas, vale ressaltar que o tratamento para a gastrite deve ser feito com especialista: o gastroenterologista. Para quem tem sintomas, é indispensável ir ao médico para um exame mais completo.